Truques da Escrita #1 - Seja um leitor


Olá! Deixe-me te dar as boas-vindas à minha série de dicas de escrita.

Antes de tudo, quero deixar claro considero literatura uma arte do mesmo nível da pintura ou da música, e a minha opinião é que ninguém pode ensinar arte. Você pode ensinar técnicas, história da arte, dar exercícios... Mas entram o talento e a inspiração, e você não vai encontrar esses dois em um manual.

Ainda assim, você não perderá seu tempo ao ler as desta séria, que elas são um fruto da experiência, da observação e da reflexão, com objetivo de melhorar a qualidade do texto.

Chega de papo furado e vamos adiante. Se você tem alguma dúvida específica ou tema que você gostaria que eu abordasse e eu não o cobrir nos próximos nove posts da série, diga nos comentários. Tentarei compartilhar com vocês o que eu sei e penso sobre o tópico escolhido. E se você achar as dicas úteis e/ou agradáveis de ler, bem, compartilhe, recomende... Enfim, espalhe-as!

Mãos à obra!


Todas as generalizações são perigosas (incluindo esta), mas um bom escritor geralmente se origina de um grande leitor.

Lendo, além das histórias e/ou informações contidas no livro, você aprende novas palavras, no contexto, além do jeito correto de escrevê-las. Isso te poupa um monte de lições de gramática e consultas ao dicionário. Você pode não saber as regras, mas você leu tantas vezes a expressão "de repente" que você nunca escreverá "derrepente", por exemplo. De fato, ver a expressão escrita assim te dará um pequeno ataque cardíaco

Nós humanos aprendemos muito por imitação (e por "imitação" eu, obviamente, não quero dizer cópia ou plágio). Na verdade, é imitando que aprendemos a falar. E você pode notar que, quando você passa muito tempo com alguém que tem um sotaque forte ou uma maneira peculiar de falar, você às vezes pega sem querer o jeito dele(a) de falar. É por isso que algumas cidades, profissões, empresas e mesmo famílias têm suas próprias gírias, jargões ou linguagens.

Agora, voltando à leitura. A maioria das pessoas que vejo que começaram a escrever fazem isso porque elas gostam de ler. E esse é um bom começo. Mas você também precisa se importar com a qualidade do que você está lendo. Ler fanfics, por exemplo, é arriscado, porque a maioria dos escritores de fanfic é amador. Não significa que eles não podem escrever obras de qualidade, mas haverá mais erros do que você encontraria em um livro revisado e editado por um time editorial.

Variando a sua lista de leitura, você também abre sua mente para novos mundos. Você aprende muito sobre novos tópicos. Experimente novos gêneros. É claro que você terá os seus favoritos, e aqueles que você não gosta muito, mas uma provadinha neles às vezes. Por exemplo, eu não gosto de livros sobre ETs, mas eu descobri uma trilogia do C. S. Lewis sobre vida interplanetária que eu adorei (o segundo e mais famoso livro dessa trilogia se chama "Perelandra"). Não leia fantasia, histórias de vampiro, romances. Quem sabe se o ingrediente que te falta para escrever o drama perfeito não está exatamente naquela comédia que você pensou que não gostaria?!

Por fim, mas não menos importante, eu sugiro que vocês leiam os clássicos. uma razão para eles terem virado clássicos, sabe. "Ai, clássicos são tãaaao chatos!" Alguns são, de fato. Alguns apenas foram reproduzidos vezes demais, tipo Romeu e Julieta. Mas eles não são aquela coisa chata que o teu professor de português ou literatura às vezes faz parecer (a menos que você tenha um excelente professor de português, bendito sejam esses!). Você não vai ficar grudado em, digamos, Crime e Castigo tão facilmente quanto com Harry Potter, mas depois de ter terminado, seus pensamentos provavelmente serão "Eita! O que foi isso que eu li?!" e a sensação de que algo acabou de explodir no seu cérebro. Pelo menos foi assim comigo. Mentira, eu não lembro. Mas foi empolgante demais.

Isso dito, vamos partir para a escrita em si. No próximo post.

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